20.5.13

rehab: para mim, só meu, eu, sem pesos ou gramatica correta, quase uma canção indie

era uma vez uma donzela que vivia em um reino encantado, onde tudo o que a atormentava eram as duvidas e uma palavra conhecida como talvez, o veneno. ela fez uma suplica pequena e entrecortada, um sopro, um suspiro de um virgem coração: don't let me down. pensou que talvez lá longe haveria um lugar para ser. então,pela primeira vez quebrou seu santuário encantado, fugiu dos vales, das flores, do sol, fugiu dos livros, das sátiras, dos ideais, do strawberry fields.  largou suas palavras a meio texto, seus sentimentos a meia fala, pulou sem cordas, sem motivo, apenas por querer pular. mas nada aconteceu, não virou noticia, se que foi notada. voltou pra casa. não reconheceu o caminho, nem o quarto, nem a cama. passou a noite acordada hibernando os dias, anestesiada do mundo. sem ontem ou amanha, só o hoje,falso,estático, pobre. quando vai ser verdadeiro? quando deixará de ser essa tentativa esganiçada de realidade? os olhos se abrirão?  As estações continuavam as mesmas, as duvidas continuavam as mesmas, a essência nunca muda, Heráclito seu burro. as bandas mudam, as folhas amarelam, o glamour vira cafona, o cafona vira cool, a donzela vira lagarta e depois borboleta. só para ter as asas esmagadas mais uma vez e de novo. até que o novo venha e ela não precise mais de asas pra voar. qual o sentido voar de novo, já que tudo é céu, e depois só tem mais azul, mais nuvem, mais céu. não há nada de novo abaixo do sol.