24.6.11

os bravos são escravos sãos e salvos de sofrer.

Sabe aquelas coisas que você lê e fica indignada? Tive essa sensação há muito tempo atrás com esse artigo, Why Chineses Mothers Are Superior, e depois de finalmente revisar minha mini-desorganizada réplica resolvi posta-la.
"Chinese parents demand perfect grades because they believe that their child can get them. If their child doesn't get them, the Chinese parent assumes it's because the child didn't work hard enough. That's why the solution to substandard performance is always to excoriate, punish and shame the child. The Chinese parent believes that their child will be strong enough to take the shaming and to improve from it."
Concordo com exigirmos o melhor dos nossos filhos desde que ajudemos os mesmos a conseguir o melhor. Mas não creio que a solução para o fracasso seja criticá-lo, xinga-lo, denegri-lo. Pais ocidentais se preocupam sim com a auto-estima dos seus filhos, o que eu acho importante. O defeito dos mesmos e esperar algo dos filhos e não se comprometerem com o que desejam, ajudando-os. Assim eles se sentem incapazes de exigir algo, o que de fato são.

Vou exigir o melhor do meu filho, mas ao contrário da autora do artigo, não vou impor as minhas opções a nenhum dele. Porque acredito que a cultura é plural, a música é plural, a dança é plural, os livros são plurais... Imagino que ela ache digno limitar as atividades extracurriculares das filhas por vir de um cultura não miscigenada. Se ela nascesse no Brasil saberia o quão maravilhoso pode ser a multiculturalidade como forma de multiplicar conhecimento. Mas eu sou o tipo de pessoa que coloco a cultura - de todos os povos - no topo da educação. No entanto somos de realidades distintas, lá eles devem seguir uma tradição e se orgulham disso. Enquanto a tradição do Brasil é o sincretismo.

 Acredito que a prática leva ao sucesso.  É certo que quando a criança fizer o que faz bem, ela se sentirá feliz, independente se foi escolha dela ou não. Afinal todos gostamos de vencer. Porém um filho que não sabe perder ou se superar, gera um adulto incapaz de lidar com situações de fracasso, lembrando a velha máxima "perdedor é o que desisti". É importante lembrar o altissimo indice de suicidio entre os orientais.

"Anyway, the understanding is that Chinese children must spend their lives repaying their parents by obeying them and making them proud."
Os pais devem ter outras fontes de alegria. O que verifico do cultura oriental é esse ciclo de dependência e altas expectativas. Acredito que eles são felizes assim, ou não. Acontece que em todo regime existem felizes e infelizes. Minha opinião pessoal é de que em qualquer esquema baseado na dependência o resultado é frustação e extrema infelicidade. A maioria dos sacrificios devem ser gratuitos. Mas na prática esse desapego toda é muito mais dificil, né não Nietzsche?! É dificil advogar contra exemplos de sucesso como os grandes profissionais orientais e a própria Amy Chua, que é professora de Yale. Mas só quando você tem em perspectivam, que ser um sucesso é ter um grande carreira.

"Olha lá, quem acha que perder é ser menor na vida. Olha lá, quem sempre quer vitória e perde a glória de chorar. Eu que já não quero mais ser um vencedor, levo a vida devagar pra não faltar amor." Los Hermanos - O Vencedor

19.6.11

as a friend, as an old enemy

não consigo tirar teu cheiro. volto sempre ao mesmo sapato velho na sala de estar. o mesmo tênis confortável de cinco anos atras. as velhas lembranças de paz, de nada, de tudo. quando tudo era paz porque todo o nosso tudo era nada. o meu tudo. porque eu não faço parte de você. mas ainda sim você continua manchando minhas paredes, jogando a toalha na cama e arrotando em frente a televisão. platão sofreu o mesmo que eu, mas como todo bom filosofo não encontrou solução. então vou continuar a te deixar no guarda-roupa, banhado de naftalina, revirado entra as blusas, casacos e lembranças da minha vida. quem sabe algum dia você decida ir embora.

as a trend, as friend, as an old memory, memory, memory. come as you are - nirvana


9.6.11

E quem irá dizer que existe razão...

Quebrei meu recesso forçado e obriguei esse rádio fraturado a escrever sobre essa data infame, o dia dos namorados. Ok, eu na condição de solteira também abomino e fico enjoada com a quantidade de silly love things que tem em torno desse dia. Mas a Agência África de publicidade e a O2 Filmes produziram para a Vivo essa beleza de curta.
Todo o meu patriotismo se resume a valorizar a produção cultural do meu país, o que ao contrário do que se pensa não é dificil, o Brasil tem uma cultura apaixonante, mesmo com toda servidão e neocolonialismo, milhares de artistas resistem bravamente. Na verdade não se trata de resistência, afinal não se fala de Brasil sem sincretismo, não temos uma cultura "pura", o que aliás seria extremamente sem graça e unilateral, trata-se da antropofagia como bem colocado por Oswald de Andrade. Mas voltando ao ponto principal, após ver o vídeo umas cinco vezes e cantarolar o meu refrão favorito do Legião, percebi o quanto essa história é especial.
Devo dizer que como qualquer pessoa normal adoro romances. Sim, todos gostam, podem discutir em relaçao ao tipo de romance, porém no fim todos adoram falar de amor. Por isso vemos tantos casais serem reproduzidos das mais diversas formas como Romeu e Julieta, Katherine e Headcliff, Capitu e Bentinho, Principes e Cinderelas, Noah e Allie, Carmem e Don José, Darth Vader e Padmé, cercados de todos os tipo de sentimentos e dramas possíveis.
Dentro de toda essa prosa, poesia, cordel, pinturas, desenhos, Renato Russo descreveu a trajetória de um casal na mesma velha linha de nascer, crescer, pagar imposto e morrer. Toda essa simplicidade e o refrão que resume tudo o que se precisa saber de amor, transformou-se em um dos maiores hits da década de 80 até hoje. Você pode não gostar de Legião Urbana, rock ou da Vivo. Mas com certeza você também não entende as coisas feitas pelo coração. A beleza de Eduardo e Mônica é que você pode encontra-los na rua, no onibus, no seu trabalho, no barzinho, em todos os lugares tem duas pessoas que se gostam muito tentando se conhecer melhor, brigando, segurando a barra, tend filhos. Estamos todos nesse barco sem rumo, ansiosos por chegar nesse pedacinho de felicidade que Renato Russo soube exemplificar tão bem.

"The greatest thing you'll ever learn is just to love and be loved in return." Nature Boy