Quebrei meu recesso forçado e obriguei esse rádio fraturado a escrever sobre essa data infame, o dia dos namorados. Ok, eu na condição de solteira também abomino e fico enjoada com a quantidade de silly love things que tem em torno desse dia. Mas a Agência África de publicidade e a O2 Filmes produziram para a Vivo essa beleza de curta.
Todo o meu patriotismo se resume a valorizar a produção cultural do meu país, o que ao contrário do que se pensa não é dificil, o Brasil tem uma cultura apaixonante, mesmo com toda servidão e neocolonialismo, milhares de artistas resistem bravamente. Na verdade não se trata de resistência, afinal não se fala de Brasil sem sincretismo, não temos uma cultura "pura", o que aliás seria extremamente sem graça e unilateral, trata-se da antropofagia como bem colocado por Oswald de Andrade. Mas voltando ao ponto principal, após ver o vídeo umas cinco vezes e cantarolar o meu refrão favorito do Legião, percebi o quanto essa história é especial.
Devo dizer que como qualquer pessoa normal adoro romances. Sim, todos gostam, podem discutir em relaçao ao tipo de romance, porém no fim todos adoram falar de amor. Por isso vemos tantos casais serem reproduzidos das mais diversas formas como Romeu e Julieta, Katherine e Headcliff, Capitu e Bentinho, Principes e Cinderelas, Noah e Allie, Carmem e Don José, Darth Vader e Padmé, cercados de todos os tipo de sentimentos e dramas possíveis.
Dentro de toda essa prosa, poesia, cordel, pinturas, desenhos, Renato Russo descreveu a trajetória de um casal na mesma velha linha de nascer, crescer, pagar imposto e morrer. Toda essa simplicidade e o refrão que resume tudo o que se precisa saber de amor, transformou-se em um dos maiores hits da década de 80 até hoje. Você pode não gostar de Legião Urbana, rock ou da Vivo. Mas com certeza você também não entende as coisas feitas pelo coração. A beleza de Eduardo e Mônica é que você pode encontra-los na rua, no onibus, no seu trabalho, no barzinho, em todos os lugares tem duas pessoas que se gostam muito tentando se conhecer melhor, brigando, segurando a barra, tend filhos. Estamos todos nesse barco sem rumo, ansiosos por chegar nesse pedacinho de felicidade que Renato Russo soube exemplificar tão bem.
"The greatest thing you'll ever learn is just to love and be loved in return." Nature Boy
bem bonito, dona Evelin. (: e fico contente de ver um texto aqui, viu.
ResponderExcluirvi uma análise da propaganda, em si, em um outro blog. achei muitíssimo besta. mas, o seu post tá lindo demais, porque não se prendeu àquelas mesmices chatinhas que a gente vê em todo (e qualquer) lugar. beijos, não se vá! *: