1.2.11

Dreamers of dreams



Entre musicas do Chico e viagens com Jack Kerouac percebi que esse é o primeiro dia de fevereiro e o recôndito texto sobre o segundo livro do desafio literario aguardava seu ponto final. Então, vamos exercitar a imaginação e fingir que ainda estamos em janeiro.

A fantástica fábrica de chocolate


Sabe aquela sensação de que o filme é melhor que o livro? Não? Antes de ler esse livro também a desconhecia. Mas porque isso? Ou melhor a QUEM se deve essa proesa. Em primeiro lugar, ao criativo Tim Burton. A história se passa em um ambiente surreal e a descrição não é suficientemente tolkieana, a meu ver. Sei que são lacunas abertas a imaginação do leitor, mas sou extremamente limitada em assuntos além da realidade minimamente palpável. E o excelente diretor soube completa-las brilhantemente, de forma única a ponto de te fazer pensar que não haveria outro jeito de ser.

Assim como não poderia existir outro Willie Wonka que não fosse Johnny Depp. Sorry Gene Wilder, mas Depp tem vocação para pessoas estranhas. Outro que se encaixou brilhantemente foi o Freddie Highmore, que pasmem tem a minha idade, e antes de ser Charlie foi o querido "August Rush". Tudo culminou na receita perfeita para uma adaptação impecável, acredito que até a mensagem da história ficou mais clara no filme, pelo feliz acréscimo da infância do Sr. Wonka.
Eles adoravam aquele menino. Era a única alegria da vida deles, e passavam o dia esperando a hora daquelas visitas. Muitas vezes o pai e a mãe de Charlie também entravam e ficavam encostados na porta, escutando as histórias que os velhos contavam. Assim, todas as noites, por cerca de meia hora, aquele quarto se tornava um lugar feliz, e a família inteira esquecia a fome e a pobreza.
Dahl fez uma obra-prima, um universo paralelo, admiro esse tipo de escritor. Sem seus escritos meu bajulado Tim não teria feito essa belezura. Não acredito que as histórias tenham que sempre passar uma lição. São boas apenas por serem histórias e portanto sementes da imaginação. Porém o escritor uniu o útil ao agradável. O comportamento dos outros quatro pequenos competidores são caricaturas dos diversos tipos de egoísmos tão comuns na história da minha família, das novelas e da humanidade em geral.

1- Augusto Gloop, o pequeno guloso
2- Violet Beauregarde, a competitiva e viciada
3- Veruca Salt, a mimada que tem tudo o que quer
4- Mike Teavee, obcecado por tv

Todos os que acharam o bilhete de ouro saem em uma jornada pela fantástica fábrica, e os defeitos de criação de cada um é revelado a cada sala.Tudo muito recheado com chocolate e pequenas apresentações dos esquisitos Oompa-Lumpas. É fácil constatar durante a narrativa que o todo fofo Charlie é um exemplo para crianças e adultos. A simplicidade em pessoa, aquele tipo ridicularizado pelos intelectuais que enchem a boca de desdém para falar "coração puro".
— Quer dizer que você foi o único que sobrou? — perguntou o Sr. Wonka, fingindo surpresa.
Não quero um adulto, que não me escutaria, não aprenderia nada e iria fazer as coisas do jeito dele e não do meu. Prefiro uma criança. Uma criança boa, sensata, carinhosa, a quem eu possa contar todos os meus segredos mais doces e preciosos, enquanto ainda estiver vivo.
Enfim, como li em uma resenha por aí, o tipo de livro que vou ler para os meus filhos. É altamente recomendado lê-lo ao lado de uma barra de chocolate devido ao alto de teor de lombrigas chocólatras irremediavelmente atiçadas pela leitura.


2 comentários:

  1. eu adoro as duas versões. a do Burton é mais bem-feita e brinca mais com a imaginação, é verdade. mas, meu carinho pela primeira filmagem é muito, muito grande.

    beijos, Evelin! **:

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  2. Nunca vi o filme, mas o livro é ótimo. "A fantástica fábrica de chocolate" foi o segundo melhor livro que li, só perde para o livro "A Princesinha".

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