19.3.11

Dancing with myself


"Queria dançar sobre os canteiros,
cheio de uma alegria tão maldita que
os passantes jamais compreenderiam."
Caio Fernando Abreu
Lá vai ela na pista. Não tem ninguém pra olha-la. As preocupações ficaram na jukebox. Não tem há mais nada. If i had the chance. Estava tudo cheio segundos atrás. Agora é alfa, é música, é firework. As coisas não podem estar certas. Ela não cabia naquele lugar. Mas ela nunca coube em lugar nenhum. Grande demais para pessoas pequenas. I'd ask the world to dance. Sem rumo, sem destino, mãos e braços, coração. Pisadas, beijos, abraços, roda mundo, roda Chico. Casais apaixonados, solitários no bar, animais no sofá. E o espaço na pista está há anos-luz do resto do mundo. And I'll be dance with myself.  Longe do trabalho, dos sonhos, dos planos. Mas que lugar aconchegante. Aos ares toda sensatez, todos os segundos destinados a gravatas e formalidades. If i looked all over the world. A Via crucis de decisões e certezas era fragmentada pelo lazershot. Shakespeare as favas.  Casanova hell to the no. But your empty eyes seem to pass me by. Todo o drama mexicano foi passear com as tragédias gregas. Marimar e Édipo acabavam juntos em Bora-Bora. Ma petit, tudo vai acabar bem. Roda gigante, João, Kelsen, Cinderela, Platão. Todos saíram a francesa. O salão está vazio. Leave me dancing with myself. Apenas ela e o nada.

Um comentário: