São 11:48 da manhã e está chovendo. Acabei de ler o primeiro livro do Desafio Literário. O menino do pijama listrado, escrito por John Boyne. Mas a sensação não é de alegria. Estou anestesiada depois de ter chorado. Sempre fico assim após finais tristes. E tudo o que consigo almejar é estar no meu colchão e lavar meu travesseiro em lágrimas. Antes,após leituras, eu ficava imaginando caminhos menos infelizes para as histórias, nos quais meus novos amigos não sofressem. Porque esses finais cortam meu coração, me dão vontade de entrar no livro e abraçar meus queridos antes que tudo termine. Mas desde que o anos se passaram, não posso agir mais como uma criança fantasiosa. Não é?!
Bom e o livro, na minha opinião, não trata de guerras ou amizade. Embora tenha tudo isso. Essa não era a intenção de Boyne, já existem inúmeros livros assim. Se trata de como uma criança vê as coisas. O que me lembrou de mim, das minhas teorias infantis, das minhas tentativas de fazer tudo fica melhor, do meu mundo imaginário. Se todas as decisões importantes do mundo fossem feitas por crianças como o Bruno, a Poliana ou o Shmuel teríamos dias melhores.
Qual era a diferença, exatamente?, ele se perguntou. E quem decidia quem usava os pijamas e quem usava os uniformes?É claro que você dirá que é uma maneira simplista de abstrair a realidade. Mas eu quero dizer que se dane os métodos. Porque se pararmos e analisarmos todas as baboseiras que para nós,"adultos", tem um significado importante, veremos que no fundo não passam de futilidades. Porque, como é dito no livro, a diferença entre os dois lados era apenas a roupa. Daí os adultos podem inventar milhares de explicações complicadas, mas no fundo todos somos iguais, assim como as crianças veem.
Mas nada melhor do que o livro para contar sobre si mesmo e tripudiar sobre a estupidez dos ditos civilizados e instruídos.
“Eu nem mesmo gosto de listras”, disse Bruno, embora aquilo não fosse verdade. De fato ele gostava de listras e estava cada vez mais farto de ter que usar calças e camisas e gravatas e sapatos que eram pequenos demais para ele, enquanto Shmuel e seus amigos podiam ficar de pijama listrado o dia inteiro.Bom, livros são como descobertas, e uma vez descoberto te acompanharão eternamente, nesse quesito quero ser uma exploradora para sempre.
Na maioria das vezes eles encontravam alguma coisa interessantes que estava lá, cuidando da própria vida, esperando para ser descoberta (como a América). Outras vezes descobriam algo que deveriam deixar em paz (como um rato morto no fundo do armário).O menino pertencia à primeira categoria. Ele estava lá, cuidando da própria vida, esperando para ser descoberto.
E a sipnose? Garanto que o google terá uma bem descritiva, então me atenho a dar minhas impressões pessoais. Com uma observação, embora o filme tenha sido fiel ao livro, o livro é mais leve e agradável. Primeiro, por ser um livro. rsrs Depois por não ser apenas mais uma história sobre o holocausto, e sim, a história de uma criança durante o holocausto. O que no fundo dá na mesma, com a diferença do livro ser mais legal. rsrs
"Somos os homems que se preocupam por nada/Somos os homems que brigam sem motivo/Não escutamos a ninguém, ainda assim falamos da nossa sabedoria/Somos os peões no jogo." Child for a day - Cat Stevens
quando eu assisti ao filme, após ler o livro, tive impressão diferente. não achei uma adaptação fiel, justamente pelo fato de o livro ser inteira e completamente retratado na visão de Bruno. o artifício do vídeo não nos dá uma só perspectiva e isso já muda tudo essencialmente. mas, adorei o filme e o livro... já o li umas duas ou três vezes. é realmente muito sensível a forma como Boyne escreve.
ResponderExcluirótimo post, Evelin. beijos. **:
Esse livro também muito me impactou. Acho que releituras e releituras não darão conta das mensagens profundas que esse livro encerra.
ResponderExcluirMuito bem construída a sua opinião sobre a obra!
Bjs